quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Libertar-se...

Outro dia estava pensando: como nos acostumamos com as coisas! Vivemos situações. Convivemos com pessoas. E às vezes não notamos que acabamos acostumando-nos com certos elementos em nossas vidas. Como assim? Somos feitos de sentimentos, vontades, pensamentos e crenças. Porém, são coisas que mudam o tempo todo.

Como dizia o filósofo Heráclito: “nunca entramos no mesmo rio por duas vezes”, porque na segunda vez, nem nós e nem o rio somos mais os mesmos. Parece estranho, mas a vida passa e muda tudo, dentro e fora de nós. O que nos faz bem e satisfaz-nos hoje, não fará o mesmo necessariamente no dia seguinte. E não é pessimismo de minha parte. O tempo simplesmente não pára. E este mesmo tempo que muda nossa exterior, mexe também com o nosso interior.


Aqui encontramos outro ponto. Se as coisas mudam com tanta facilidade, precisamos aprender a trabalhar isto. Se tudo muda, se tudo flui, precisamos saber perdoar. Isto mesmo, perdoar. Mas não no sentido usual desta palavra. A palavra perdoar tem outro sentido diferente de esquecer ou ter misericórdia. Perdoar significa também jogar fora. Libertar-se. E libertar-se não o mesmo que esquecer. Quem liberta lembra, no entanto, não se prende mais. Não insiste demais. Esquecer consome muita mais energia do que libertar algo de nossas vidas. E não gera obrigatoriamente resultados melhores.


Aprender a perdoar. Entender que é preciso libertar coisas e pessoas de nossas vidas. Eis algo que vale a pena pensar. O quanto deixamos de viver por insistir com algo que essencialmente não tem futuro algum? Quantas pessoas esperam algo que não podemos oferecer? Quantos objetos e lembranças nos prendem a um passado, que não volta e nem nos acrescenta nada?


É preciso perdoar! É preciso libertar-se! É preciso jogar fora tudo o que nos prende e nos limita! Falo isto porque a vida é cheia de oportunidades. Ou antes, é feita de oportunidades. E muitas vezes insistimos em coisas que não são nossas. Ou que apenas entraram em nossas vidas momentaneamente. E o que é realmente nosso, passa... Ou sequer descobrimos que é nosso. Nos caminhos da vida existem portas que levam a lugares que somente nós podemos ir. Mas é preciso buscar! É preciso procurar! É preciso tentar! E para tudo isto, é preciso alguma liberdade.


E você? Não está preso (a) a algo ou alguém? Não há nada te impedindo de buscar coisas que realmente te realizem? Viver é ter coragem de arriscar e buscar o que é nosso. Algumas coisas passam e voltam. Porém, outras não voltam mais. É preciso ter coragem! E é necessário tentar! Existem muitas portas fechadas para cada um de nós. Todavia, algumas estão apenas esperando para serem abertas. E então? Vai tentar abrir alguma? Ou vai simplesmente deixar tudo como está? A escolha é sua, e somente sua...

Por: Adriano José Gonçalves
Paróquia Santuário de São Judas Tadeu
Sete Lagoas - Minas Gerais
E-mail: sharingamn@gmail.com

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