terça-feira, 29 de novembro de 2011

Advento


Meditando a chegada de Cristo, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o
nosso coração







            O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento; um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus. Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.
Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após a morte.
Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim... Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.
Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento, composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, "a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo", está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.
No lº Domingo, há o perdão oferecido a Adão e Eva. Eles morreram na terra, mas viverão em Deus por Jesus Cristo. Sendo Deus, Jesus fez-se filho de Adão para salvar o seu pai terreno. Meditando a chegada de Cristo, que veio no Natal e que vai voltar no final da História, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração para o encontro com o Senhor. Para isso, nada melhor que uma boa Confissão, bem feita.
Até quando adiaremos a nossa profunda e sincera conversão para Deus?
No 2º Domingo, meditamos a fé dos Patriarcas. Eles acreditaram no dom da terra prometida. Pela fé, superaram todos os obstáculos e tomaram posse das Promessas de Deus. É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica – instituída por Ele para levar a salvação a todos os homens de todos os tempos. Qual tem sido o meu papel e o meu lugar na Igreja? Tenho sido o missionário que Jesus espera de todo batizado para salvar o mundo?
No 3º Domingo, meditamos a alegria do rei Davi. Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade. Davi é o rei imagem de Jesus, unificou o povo judeu sob seu reinado, como Cristo unificará o mundo todo sob seu comando. Cristo é Rei e veio para reinar; mas o seu Reino não é deste mundo; não se confunde com o “Reino do homem”; seu Reino começa neste mundo, mas se perpetua na eternidade, para onde devemos ter os olhos fixos, sem tirar os pés da terra.
No 4º Domingo, contemplamos o ensinamento dos Profetas: Eles anunciaram um Reino de paz e de justiça com a vinda do Messias. O Profeta Isaías apresenta o Senhor como o Deus Forte, o Conselheiro Admirável, o Príncipe da Paz. No seu Reino acabarão a guerra e o sofrimento; o boi comerá palha ao lado do leão; a criança de peito poderá colocar a mão na toca da serpente sem mal algum. É o Reino de Deus que o Menino nascido em Belém vem trazer: Reino de Paz, Verdade, Justiça, Liberdade, Amor e Santidade.
A Coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Ela é da cor verde, que simboliza a esperança e a vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus que nos envolve e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal, deve ser marcado pela conversão de vida – algo fundamental para todo cristão. É um processo de vital importância no relacionamento do homem com Deus. O grande inimigo é a soberba, pois quem se julga justo e mais sábio do que Deus nunca se converterá. Quem se acha sem pecado, não é capaz de perdoar ao próximo, nem pede perdão a Deus.
Deus – ensinam os Profetas – não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva. Jesus quer o mesmo: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso Ele chamou os pecadores à conversão: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17); “convertei-vos e crede no Evangelho” ( Mc 1,15).
Natal do Senhor, este é o tempo favorável; este é o dia da salvação! 
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Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

“Creio na Santa Igreja Católica” 3ª Parte


A palavra “católico” significa “universal”.  Ao longo do primeiro e segundo séculos os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O Catolicismo, portanto, é o Cristianismo na sua “totalidade”. É a forma mais completa de obedecer ao mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandato pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!
São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (“Catechesis” 18:23).
Veja que já estão bem claros os dois sentidos de “católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas por volta do ano 1000 aconteceu um grande cisma, que dividiu a Igreja em “Ocidental e Oriental”. A Igreja do Ocidente continuou a ser denominada “católica” e a Igreja do Oriente adotou o adjetivo de “ortodoxa”. Na raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja: “autêntica”.
A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica. A Igreja é una, pois tem um só Senhor, professa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual serão superadas todas as divisões.
A Igreja é, aos olhos da fé, santa, ou seja, não é perfeita, mas santa. Pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo, amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá-la. A Igreja, unida a Cristo, é santificada por ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus.
A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os Apóstolos. O Senhor dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Ele escolheu Doze Apóstolos, tendo Pedro como chefe. Eles são as pedras de fundação (“alicerce”) da Igreja de Cristo. Nos Apóstolos, continua a missão de Jesus: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20,21).
O que garante a originalidade e autenticidade da Igreja Católica e sua continuidade até hoje é a sucessão apostólica, desde os primeiros Apóstolos escolhidos diretamente por Jesus. Isso, além de ser um fato divino, é um fato histórico e inegável.
Jesus garantiu aos Apóstolos que ouvi-los é ouvir a Ele mesmo e ao Pai. Um dia disse-lhes: “Quem vos ouve, a Mim vos ouve, e quem vos rejeita a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita aquele que Me enviou” (Lc 10,16).
Quem já viu a claridade, o brilho da luz é muito difícil que queira permanecer nas trevas. Jesus é a luz da vida.
A explicação da resistência do testemunho dos mártires se dá nesta luz, luz da vida, pois só se faz uma opção pela vida quando se conhece Jesus. O próprio Jesus em nome do Pai nos dá o primeiro testemunho: “Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade, e todo aquele que está com a verdade ouve a minha voz”. Por esta razão Cristo entrega a própria vida, e ainda alerta os seus discípulos que a conseqüência de tudo isso seria a perseguição e a morte.
Jesus foi enviado para anunciar o reino do Pai, e sabia que teria a morte como consequencia e todo aquele que o seguir terá o mesmo fim. Pois a sociedade da época não soube compreender a mensagem. E ainda hoje após mais de dois mil anos muitos de nós ainda não compreendemos.
O que acontece com o ouro puro, é o mesmo que acontece com a Igreja; quando o ouro passa pelo fogo ele não fica ruim, ao contrario ele aumenta o seu esplendor o seu valor o desejo das pessoas de possuí-lo. Nem a contrariedade, nem a perseguição por causa do reino devem nos dar medo, mas devem ser motivo de esperança e, inclusive nos dar alegria.
Dar a vida por Cristo não é perde-la, é ganha-la para toda a eternidade. Jesus pede-nos, para nos humilharmos totalmente por fidelidade ao Evangelho, Ele quer que, livremente, demos-lhe a nossa existência toda. Toda a nossa vida. Seguir, imitar, viver a vida da graça, em fim, permanecer em Deus é o objetivo da vida cristã. É preciso perder a vida para encontrá-la.
Quantos morreram em nome da fé? Quantos mártires regaram o solo da Igreja com o seu sangue pela causa de Cristo, mostrando-nos a importância de sermos cristãos.
E você que esta lendo este "post", está pronto para abraçar esta causa?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

“Creio na Santa Igreja Católica” - 2ª Parte


- Igreja somos nós, povo convocado

A palavra “Igreja” (do grego <<“Ekklésia”>>) significa “convocação” ou também “povo convocado”. Designa a assembléia daqueles que a palavra de Deus convoca para formarem o Povo de Deus e que, alimentados pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo místico de Cristo.
         Igreja somos nós!  Igreja é comunidade viva, é viver em comunhão, é povo convocado a ser “soldado” de Cristo. E sendo Igreja, temos um grande compromisso para com nossos irmãos, vivendo a Boa Nova de Jesus. É necessário que vivamos o amor de Jesus Cristo e que coloquemos em comum tudo aquilo que temos, como nos falam os Atos dos Apóstolos (cfr. At 2, 42-47).
A união concreta dos cristãos é uma tarefa de todo dia. Por isso, devemos ter o sentido de responsabilidade, isto é, devemos contribuir com as nossas próprias qualidades e aptidões (dons), para atender às necessidades de todos os nossos irmãos.
A Igreja, então, não é uma casa, um prédio. Nem somente o Papa, os Bispos e os Padres. Eles também são Igreja e estão a serviço da Igreja. Porém, Igreja é toda a família de Deus, Igreja somos todos nós. Portanto, a realidade de “Igreja-Povo-Comunidade Viva” é um compromisso que depende muito de todos nós.
Nós, Igreja, somos unidos em Cristo por um vínculo, uma ligação espiritual e real.
São Paulo, numa de suas cartas aos Coríntios, nos fala: “Somos um só corpo, que é formado de muitas partes” (1Cor 12,20). Este “corpo” que São Paulo diz, é a Igreja, corpo místico de Cristo. Essas “muitas partes”, somos nós, membros do corpo místico de Cristo. E a cabeça deste corpo místico, é o próprio Cristo.
Entramos neste corpo místico de Cristo, no momento de nosso Batismo: pelo poder de Deus, pelo sinal da água e pelas palavras transmitidas pelo próprio Cristo. Ou seja, pelo nosso Batismo, nos incorporamos à Igreja de Cristo.
Pela Igreja, somos membros de Cristo. Portanto, Cristo vive na sua Igreja! Daí então, em nós e através de nós vai se realizando no mundo o plano de Salvação: pelo anúncio da Palavra de Deus, pela celebração dos Sacramentos que tornam presente e realizam a salvação, pelo testemunho de vida e pela ação de cada um de nós. Em nós e através de todos nós, unidos num mesmo Corpo, que é a Igreja, unidos à Cabeça desse Corpo, que é Cristo, que nos conduz através dos Apóstolos e de seus sucessores (os Bispos em comunhão com o Papa, sucessor de Pedro), pelo poder da assistência do Espírito Santo, vamos sendo “Sal da Terra e Luz do Mundo”, caminhando em direção ao Reino de Deus.
Embora a Igreja seja constituída de homens, nunca devemos nos esquecer de sua divindade. A Igreja está na história, mas ao mesmo tempo a transcende. É unicamente “com os olhos da fé” que se pode enxergar em sua realidade visível, uma realidade espiritual, portadora de vida divina.
“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”
Jesus tem todo o poder; devemos anunciá-Lo a todos os povos, guardar todo o ensinamento d’Ele na certeza de que estará todos os dias conosco. Essa ordem de Cristo foi levada muito a sério pelos discípulos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Entendendo o Ano litúrgico


O Ano litúrgico é o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram como memorial, os mistérios de Cristo, assim como a memória dos Santos.
Durante o ano inteiro celebramos a vida de Cristo, desde a sua em Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo.
Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (muito embora esses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossas vidas, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, tornada presente na vida atual dos crentes.
Por exemplo: no dia 7 de Setembro comemora-se o Dia da Independência do Brasil. Pois bem, esse fato aconteceu uma única vez na História do mundo. Já do ponto de vista religioso, no Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos com Jesus no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e atuante, acontecem hoje, no aqui e agora da vida dos cristãos.
O Ano Civil começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”, como veremos a seguir.
Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Por esses dias serem santificados, eles passam a ser denominados dias litúrgicos. A celebração do Domingo e das Solenidades, porém, começa com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior.
Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no primeiro dia, ou seja, no Domingo (Dia do Senhor), a Igreja celebra o Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos Apóstolos. Por esse motivo, o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa.
Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário Litúrgico próprio, com mais ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito romano, o mais conhecido. No entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano litúrgico, assim como a existência dos diversos tempos litúrgicos e das principais festas litúrgicas.
A Igreja estabeleceu, para o Rito romano, uma seqüência de leituras bíblicas que se repetem a cada três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em ano A, B e C. No ano A lêem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.
Nos dias da semana do Tempo Comum, há leituras diferentes para os anos pares e para os anos ímpares, tirando o Evangelho, que se repete de ano a ano. Deste modo, de três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido quase toda a Bíblia.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

“Creio na Santa Igreja Católica” - 1ª Parte


 Os cristãos não habitam cidades à parte, não empregam idioma diverso dos outros (...). Moram na própria pátria, mas como peregrinos. Enquanto cidadãos, de tudo participam, porém tudo suportam como estrangeiros. Toda terra estranha é pátria para eles e toda pátria, terra estranha. (...) Os cristãos residem no mundo, mas não são do mundo. (...) São eles que seguram o cosmos (A Carta a Diogneto, n. 1-7).




À noite, no dia da sua ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos, "soprou sobre eles e disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo". Com força ainda maior, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos no dia do Pentecostes: "Subitamente ressoou, vindo do Céu um som comparável ao som de uma forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram, então, aparecer umas línguas à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pousou sobre cada um deles"

O Espírito Santo renovou interiormente os Apóstolos, revestindo-os de uma força que os tornou audazes para anunciar sem medo: "Cristo morreu e ressuscitou!". Livres de todo o temor, eles começaram a falar com franqueza. De pescadores amedrontados, tornaram-se corajosos anunciadores do Evangelho. Nem sequer os seus inimigos conseguiam compreender como homens "iletrados e plebeus" eram capazes de manifestar uma coragem como esta e suportar as contrariedades, os sofrimentos e as perseguições com alegria. Nada podia detê-los. Àqueles que procuravam reduzi-los ao silêncio, respondiam: "Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar publicamente o que vimos e ouvimos". Assim nasceu a Igreja, que a partir do dia do Pentecostes não cessou de irradiar a Boa Nova "até aos confins do mundo".

Pontos constantes na Igreja Primitiva:

  • Mínimo de estrutura (sem prédios, sem instituições, sem papéis);
  • Máximo de vida (os cristãos se preocupavam mais em viver do que apresentar formulações teológicas. O testemunho de vida levava todos a acreditarem nas palavras deles);
  • Realidade (eles conheciam os problemas da época);
  • Impulso Missionário (os problemas não os impediam de continuar o caminho proposto por Cristo);
  • Partilha (todos entregavam espontaneamente aquilo que lhes sobrava, para que fosse repartido entre os pobres).


        Os primeiros cristãos viviam unidos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e os seus bens e dividiam-nos entre todos, conforme as necessidades de cada um. Freqüentavam o templo assiduamente e louvavam a Deus com alegria. Cativavam a simpatia de todo o povo. (cfr. At 2, 42-47)

 Apesar de não serem aceitos pelas autoridades, os primeiros cristãos encontraram grande aceitação no meio do povo, especialmente entre os pobres. A pregação dos apóstolos e acima de tudo, a vida que eles apresentavam, testemunhando as próprias palavras, ia atraindo cada vez mais pessoas para o cristianismo.
O crescimento das primeiras comunidades cristãs criou conflito entre a sociedade antiga (romana) e a nova sociedade cristã, dando origem às grandes perseguições.
As pregações e o modo de ser dos primeiros cristãos incomodavam as autoridades, pois repudiavam as injustiças e opressões para com os menos favorecidos. Eles denunciavam e enfrentavam os governantes da época em relação às coisas que iam contra aos princípios deixados por Cristo. Por isso, os cristãos passaram a ser violentamente perseguidos, fazendo com que muitos deles se refugiassem em outras regiões. Isso, ao invés de enfraquecer a Igreja, fez com que ela crescesse e se expandisse para além da Palestina. Os cristãos, mesmos após fugirem, não abandonaram os ensinamentos recebidos dos Apóstolos, passando a anunciar a “Boa Nova” do Evangelho nos lugares onde foram habitar.

Principais causas da expansão do Cristianismo no início da Igreja:

  • Grande entusiasmo dos apóstolos para a missão;
  • A esperança de construir uma nova sociedade onde o povo pobre e sofrido teria vez. Fermento novo de fraternidade e justiça;
  • A força do Evangelho é fundamentada na Ressurreição de Cristo e na presença viva e permanente do Espírito Santo;
  • Dispersão dos judeus convertidos, formando novas comunidades em outras cidades.