Em outubro deste ano,
acontecerão as eleições municipais em que estaremos escolhendo, entre os
candidatos e candidatas, Prefeitos(as),vice-prefeitos(as) e Vereadores(as) de
nossas cidades. Os futuros eleitos de nossas cidades serão a “cabeça e o coração
dos eleitores”, portanto, o cristão tem dupla responsabilidade nesta
empreitada. Responsabilidade do bom uso da “razão” e da “fé”, das
quais não pode negligenciar: “Ao negligenciar os seus deveres temporais, o
cristão negligencia os seus deveres para o próximo e o próprio Deus e coloca em
perigo a sua salvação eterna” (GS, 43). Deus não se agrada da religião que
esconde a injustiça e nem ouve suas preces: “O Altíssimo não gosta das
ofertas dos injustos... Como quem imola o filho na presença do próprio pai,
assim é aquele que oferece sacrifícios com os bens dos pobres. Quem tira os
meios de vida dos pobres é assassino” (Eclo 34, 18-22). A partir da
consciência e da compreensão da Igreja sobre a política, pode-se deduzir que
um cristão pode alcançar nela sua santificação. Basta que, por meio dela,
favoreça a vida de todos; favoreça a construção do Reino; enfrente as
injustiças sociais em sua raiz; não tenha medo da profecia e dos conflitos;
esteja enraizado no lugar social dos pobres e excluídos; seja profundamente
sensível à dor e às aspirações dos que sofrem; seja inteligente e eficaz na
ação.
O Catecismo da Igreja
Católica diz que não usar as capacidades para transformar a realidade para
melhor é homicídio: “Todo aquele que se der a práticas desonestas e
mercantis que provoquem a fome e a morte dos seus irmãos de humanidade comete
indiretamente um homicídio que é de sua responsabilidade” (CIC, 2269).
A Igreja não pode
deixar de chamar a atenção dos cristãos empenhados hoje na política sobre a
exigência de coerência. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja
no Brasil (2011-2015) apontam como uma das cinco urgências na evangelização:
ser uma “Igreja a serviço da vida plena para todos”. Reafirmar com
clareza e firmeza o chamado à coerência entre fé e opção política é uma grande
responsabilidade pastoral da Igreja. Ela não pode se calar, nem mesmo se
tivesse de correr o risco de ser julgada partidária. A omissão diante de tal
desafio será cobrada por Deus e pela história futura.
Ao longo de sua
história, a Igreja Católica no Brasil sempre teve presença significativa e
atuante na vida do País. Inspirada e guiada pelo apelo radical do Evangelho, elaborou
sua Doutrina Social e tem procurado dar sua contribuição para o bem comum.
Exemplos disso são as Leis de iniciativa popular 9.840/1999, contra a corrupção
eleitoral e a compra e venda de votos (voto não tem preço, tem
consequências!), e a Lei 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa. Aos
eleitores, cabe ficar de olhos abertos para a ficha dos candidatos(as),
principalmente se é membro de uma família que tem pessoas “Ficha Suja” e,
por isso, impedidos de se candidatar, colocam outra pessoa em seu lugar.
As eleições de outubro serão uma
excelente oportunidade para garantirmos vida com dignidade para todos.
Participe de sua comunidade, Grupo, CEBs, Pastorais, Movimentos, Associação de
Classes, Sindicatos etc. Estude e torne público e conhecido o conteúdo dos
documentos da Igreja que tratam de política e eleições. Siga as orientações das
Comunidades Paroquiais e das Regiões Pastorais que, por meio de seus Conselhos,
assumiram apoiar pessoas historicamente engajadas nas Comunidades e Projetos
que representam os anseios de uma sociedade justa e solidária. A construção de
um mundo melhor precisa deixar de ser um sonho de poucos e passar a ser um
compromisso de todos.
CARTILHA DE ORIENTAÇÃO
POLÍTICA SOBRE AS ELEIÇÕES 2012
POLÍTICA SOBRE AS ELEIÇÕES 2012
ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ
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