quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Eleições 2012


Em outubro deste ano, acontecerão as eleições municipais em que esta­remos escolhendo, entre os candidatos e candidatas, Prefeitos(as),vice­-prefeitos(as) e Vereadores(as) de nossas cidades. Os futuros eleitos de nossas cidades serão a “cabeça e o co­ração dos eleitores”, portanto, o cristão tem dupla responsabilidade nesta empreitada. Responsabilidade do bom uso da “razão” e da “fé”, das quais não pode negligenciar: “Ao negligenciar os seus deveres tempo­rais, o cristão negligencia os seus deveres para o próximo e o próprio Deus e coloca em perigo a sua salvação eterna” (GS, 43). Deus não se agrada da religião que esconde a injustiça e nem ouve suas preces: “O Altíssimo não gosta das ofertas dos injustos... Como quem imola o filho na presença do próprio pai, assim é aquele que oferece sacrifícios com os bens dos pobres. Quem tira os meios de vida dos pobres é assassino” (Eclo 34, 18-22). A partir da consciência e da compreensão da Igreja sobre a política, pode-se dedu­zir que um cristão pode alcançar nela sua santificação. Basta que, por meio dela, favoreça a vida de todos; favoreça a construção do Reino; enfrente as injustiças sociais em sua raiz; não tenha medo da profecia e dos conflitos; esteja enraizado no lugar social dos pobres e excluídos; seja profundamente sensível à dor e às aspirações dos que sofrem; seja inteligente e eficaz na ação.
O Catecismo da Igreja Católica diz que não usar as capacidades para transformar a realidade para melhor é homicídio: “Todo aquele que se der a práticas desonestas e mercantis que provoquem a fome e a morte dos seus irmãos de humanidade comete indiretamente um homicídio que é de sua responsabilidade” (CIC, 2269).
A Igreja não pode deixar de chamar a atenção dos cristãos empenha­dos hoje na política sobre a exigência de coerência. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015) apontam como uma das cinco urgências na evangelização: ser uma “Igreja a serviço da vida plena para todos”. Reafirmar com clareza e firmeza o chamado à coerência entre fé e opção política é uma grande responsabilidade pas­toral da Igreja. Ela não pode se calar, nem mesmo se tivesse de correr o risco de ser julgada partidária. A omissão diante de tal desafio será cobrada por Deus e pela história futura.
Ao longo de sua história, a Igreja Católica no Brasil sempre teve presen­ça significativa e atuante na vida do País. Inspirada e guiada pelo apelo radical do Evangelho, elaborou sua Doutrina Social e tem procurado dar sua contribuição para o bem comum. Exemplos disso são as Leis de iniciativa popular 9.840/1999, contra a corrupção eleitoral e a com­pra e venda de votos (voto não tem preço, tem consequências!), e a Lei 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa. Aos eleitores, cabe ficar de olhos abertos para a ficha dos candidatos(as), principalmente se é membro de uma família que tem pessoas “Ficha Suja” e, por isso, impe­didos de se candidatar, colocam outra pessoa em seu lugar.
As eleições de outubro serão uma excelente oportunidade para garan­tirmos vida com dignidade para todos. Participe de sua comunidade, Grupo, CEBs, Pastorais, Movimentos, Associação de Classes, Sindicatos etc. Estude e torne público e conhecido o conteúdo dos documentos da Igreja que tratam de política e eleições. Siga as orientações das Comu­nidades Paroquiais e das Regiões Pastorais que, por meio de seus Con­selhos, assumiram apoiar pessoas historicamente engajadas nas Comu­nidades e Projetos que representam os anseios de uma sociedade justa e solidária. A construção de um mundo melhor precisa deixar de ser um sonho de poucos e passar a ser um compromisso de todos.


CARTILHA DE ORIENTAÇÃO
POLÍTICA SOBRE AS ELEIÇÕES 2012
ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ

Nenhum comentário:

Postar um comentário