Como a transmissão oral acontecia em santuários
diversos, este fato ensejou a existência de pequenas diferenças na catequese do
norte e na do sul, decorrendo daí duas tradições: a Javista - Deus era tratado
sempre por Javé e Eloista, porque Deus era tratado como Elohim. A tradição oral
perdurou até os tempos de Davi, quando foram redigidos os textos da tradição
javista; meio século depois, apareceram os escritos eloista. Por volta de 721
a.C., na época, da divisão dos reinos, muitos sacerdotes do norte fugiram para
o sul , e a partir de então, as duas tradições foram compiladas num só escrito.
Além, destas tradições, há ainda a Deuteronomista, encontrada casualmente em
622 a. C. por pedreiros, que trabalhavam num templo, e, também a Sacerdotal,
nova compilação das catequeses antigas de Israel, datada do século VI a.C. Ao
final as quatro tradições combinadas entre si compuseram o Pentateuco da Bíblia
atual. Mas, a partir de Josué, a tradição continuou oral, para ser escrita
somente por volta de 550 a.C. A princípio, os escritos do Novo
Testamenescritosto não foram elaborados com a finalidade de serem acrescentados
à Bíblia. No tempo de Cristo e dos Apóstolos, o livro sagrado era apenas o
Antigo Testamento. As pregações do próprio Jesus Cristo basearam-se nos textos
vétero-testamentários. Após a morte de Cristo, a pregação dos Apóstolos formou
uma nova tradição. Mas, diante do grande número de comunidades que se formaram
a partir do anúncio da Boa Nova, e com a aceitação de estrangeiros nestas e nas
novas comunidades, a mensagem precisou ser escrita, traduzida e adaptada. A
palavra de Jesus Cristo só começou a ser escrita há aproximadamente 40 anos
após a sua morte. O primeiro evangelho a ser escrito, o de São Marcos, data dos
anos 60 ou 70 d.C.; os de São Lucas e São Mateus, são de 70 ou 80; já o
Evangelho de São João só foi escrito em torno do ano 100 d.C.
As cartas do apóstolo Paulo eram Cartas Abertas
endereçadas a uma determinada comunidade, e deviam ser lidas em público; há
menção a esse respeito na Primeira Carta aos Tessalonicenses (I Tes 5,27). Já
as Epistolas Católicas (universais), são chamadas assim por se destinarem à
Igreja em geral, e não a uma comunidade específica, como as Cartas Paulinas. O
livro dos Atos dos Apóstolos pode ser considerado a continuação do terceiro
Evangelho, pois também foi escrito por Lucas. E o Apocalipse de São .João,
livro com estilo próprio, foi o último a ser acrescentado. No século IV (no ano
325 d. C), a Igreja se reuniu em Concilio na cidade de Nicéia, o qual, dentre
outros, tinha o condão de estabelecer o “cânon”, ou a lista de livros sagrados
considerados autênticos. Neste Concilio, os livros foram estudados,
estabelecendo-se então a ordem ainda hoje conservada. Embora, houvesse muitos
livros que os judeus não aceitavam, os Santos Padres da Igreja ponderaram os
prós e contras e definiram a lista que foi aprovada.
(Texto dividido em três partes para melhor compreensão)
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