Autor: Prof. VICTOR HUGO NASCIMENTO
Filósofo e Teólogo.
Professor das Escolas de fé e catequese Luz e Vida e Mater Ecclesiae - RJ
Contato: victorbento.30@globomail.com
Filósofo e Teólogo.
Professor das Escolas de fé e catequese Luz e Vida e Mater Ecclesiae - RJ
Contato: victorbento.30@globomail.com
Ao celebrar a alegria do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sua Encarnação divina se deu no seio da Virgem Maria após anunciação do Arcanjo Gabriel. Este era portador da grande Alegria: a possibilidade de um Salvador. Gabriel é descrito pelo evangelista Lucas (1,26-38) como uma figura presente, real e visível; para tal utiliza-se de três verbos de ação: ‘entrando’ (v. 28), ‘disse-lhe’ (v. 30) e ‘afastou-se’ (v.38).
Gostaríamos de refletir sobre a presença dos anjos. Como eles podem ter atos e aparência humanos? Os anjos estão fisicamente entre nós, neste mundo físico? Como a Santíssima Virgem pôde dialogar com um anjo? Gabriel realmente apareceu a ela? Como?
Para responder a estas questões recorremos ao Mestre Tomás de Aquino (1225-1274). Ele nos apresenta a escala da subsistência dos seres baseando-se na “participação” platônica, bem como o binômio aristotélico “ato e potência”, o qual Tomás faz conviver com o pensamento de Platão.
I PARTE:
- OS ANJOS NÃO TEM MATÉRIA:
Além do mais, diz Agostinho: “Duas coisas fizeste, Senhor: uma semelhante a Ti, isto é, os anjos, outra semelhante ao nada, ou seja, a matéria prima”; ora, se o homem tem matéria prima, quase sendo um nada, como haveria de um anjo ter matéria se é semelhante ao Criador, que é simples? Disto depreende-se a escala da perfeição dos seres em Santo Tomás:
II PARTE
- OS ANJOS NÃO PODEM ESTAR EM UM LUGAR MATERIAL (COPÓREO)
III PARTE
- AO APARECEREM, OS ANJOS, NA VERDADE, NÃO DÃO EFICAZMENTE EXISTÊNCIA AO CORPO QUE APARECE
“O efeito operativo do anjo no corpo não é recebido no ser corpóreo como se o anjo fosse a causa do ser corpóreo, mas é recebido dentro das dimensões que o ser corpóreo possui, motivo pelo qual se costuma dizer que o anjo está dentro do tal corpo”. (I sent, dist 37, q.3, a. 3 ad 4).
“Ora, os anjos não estando em um lugar primariamente e por si, segue-se que deverão estar secundária e acidentalmente, isto é, pela aplicação de seu poder operativo (1c, a.1 ad 2).
CONCLUSÃO
Quando, portanto, alguém tem a “visão de um anjo”, como Maria e Zacarias a tiveram, na verdade não é o anjo em si, mas uma forma corpórea humana, controlada pelo anjo com permissão e envio de Deus, tendo em vista o anúncio de uma mensagem. Esta forma humana (e não um corpo humano) é “produzida” pelo próprio Deus e não tem alma (o que daria nota humana ao corpo), logo, não é um ser humano, mas mera aparência de homem.
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