2 - MEDELLIN
O documento de Medellin, em seu capítulo 9, começa
reconhecendo que a renovação litúrgica é lenta e que o clero ainda desconhece o
conteúdo da reforma. “Em geral é insuficiente”. A aplicação da reforma é
dificultada pela variedade das culturas (línguas, sinais).
O Bispo não exerce de forma eficaz seu papel litúrgico,
de promotor, regulador e orientador do culto. A liturgia não está integrada
organicamente na educação religiosa.
A liturgia visa a glória do Pai, mas essa mesma glória
comunica-se aos homens. Por isso que a liturgia precisa ser fonte de fé, de
transcendência, de fortalecimento do espírito comunitário, ser uma mensagem de
alegria e esperança e que desperte o ser missionário de todos os cristãos.
“Para que a liturgia possa realizar, em plenitude, esses
objetivos, necessário se faz:
- Uma catequese prévia sobre o mistério cristão e sua
expressão litúrgica;
- adaptar-se ao gênio das diversas culturas e encarnar-se
nele;
- acolher, portanto, positivamente, a pluralidade na
unidade, evitando erigir a priori, a uniformidade como princípio;
- manter-se numa situação dinâmica que acompanhe tudo o
que houver de são no processo de evolução da humanidade;
- “conduzir a uma experiência vital da união entre a fé,
a liturgia e a vida cotidiana, em virtude da qual chegue o cristão ao
testemunho de Cristo”.
3 - PUEBLA
Puebla diz que, em geral, a renovação litúrgica está dando
resultados positivos e que está ocupando o lugar privilegiado na evangelização
pela participação e compreensão dos fiéis
(896).
Só que logo em seguida diz que sente a necessidade de adaptar
às diversas culturas e à situação de nosso povo jovem, pobre e humilde (899).
Dentro da pastoral de conjunto, a liturgia ainda não ocupa
seu lugar de destaque. Falta um aprofundamento da formação litúrgica do clero e
ausência de catequese litúrgica destinada aos fiéis (901).
Um aspecto muito interessante é a cobrança que o
documento faz em relação a uma liturgia que compromete com o social. A liturgia
não pode ser instrumentalizada e não pode ficar alheia à situação de injustiça
do nosso povo latino-americano (902).
A liturgia precisa ser o ponto culminante da Igreja. Ela
deve ser celebrada como encontro com Deus e com os irmãos, deve ser uma festa
de comunhão eclesial, força em nosso peregrinar e compromisso de vida cristã
(938-939).
Obs: (Este texto faz parte de um curso litúrgico. Em breve publicaremos a sequência.)
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