quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Entendendo melhor à liturgia - 6ª parte





2 - MEDELLIN

           

 O documento de Medellin, em seu capítulo 9, começa reconhecendo que a renovação litúrgica é lenta e que o clero ainda desconhece o conteúdo da reforma. “Em geral é insuficiente”. A aplicação da reforma é dificultada pela variedade das culturas (línguas, sinais).
O Bispo não exerce de forma eficaz seu papel litúrgico, de promotor, regulador e orientador do culto. A liturgia não está integrada organicamente na educação religiosa.
A liturgia visa a glória do Pai, mas essa mesma glória comunica-se aos homens. Por isso que a liturgia precisa ser fonte de fé, de transcendência, de fortalecimento do espírito comunitário, ser uma mensagem de alegria e esperança e que desperte o ser missionário de todos os cristãos.
“Para que a liturgia possa realizar, em plenitude, esses objetivos, necessário se faz:
- Uma catequese prévia sobre o mistério cristão e sua expressão litúrgica;
- adaptar-se ao gênio das diversas culturas e encarnar-se nele;
- acolher, portanto, positivamente, a pluralidade na unidade, evitando erigir a priori, a uniformidade como princípio;
- manter-se numa situação dinâmica que acompanhe tudo o que houver de são no processo de evolução da humanidade;
- “conduzir a uma experiência vital da união entre a fé, a liturgia e a vida cotidiana, em virtude da qual chegue o cristão ao testemunho de Cristo”.

3 - PUEBLA

           Puebla diz que, em geral, a renovação litúrgica está dando resultados positivos e que está ocupando o lugar privilegiado na evangelização pela participação e compreensão dos fiéis
(896).
Só que logo em seguida diz que sente a necessidade de adaptar às diversas culturas e à situação de nosso povo jovem, pobre e humilde (899).
Dentro da pastoral de conjunto, a liturgia ainda não ocupa seu lugar de destaque. Falta um aprofundamento da formação litúrgica do clero e ausência de catequese litúrgica destinada aos fiéis (901).
Um aspecto muito interessante é a cobrança que o documento faz em relação a uma liturgia que compromete com o social. A liturgia não pode ser instrumentalizada e não pode ficar alheia à situação de injustiça do nosso povo latino-americano (902).
A liturgia precisa ser o ponto culminante da Igreja. Ela deve ser celebrada como encontro com Deus e com os irmãos, deve ser uma festa de comunhão eclesial, força em nosso peregrinar e compromisso de vida cristã (938-939).

Obs: (Este texto faz parte de um curso litúrgico. Em breve publicaremos a sequência.) 

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