terça-feira, 24 de maio de 2011

Maria e seus diversos títulos

Nossa Senhora das Candeias
- No mês de maio, consagrado a Maria, Ela é invocada sob os mais variados títulos. Bem se diz que Nossa Senhora é como a rosa. A rainha das flores, bem simboliza a Rainha do Mundo. Assim como a rosa têm diversas cores, Maria tem muitos nomes. O poeta assim se expressou: “Rosa de qualquer cor... por ela eu fico prosa”. Assim também os cristãos que multiplicam seus louvores à Soberana bem-amada. Na obra em dois tomos da autoria de Edésia Aducci, sob a epígrafe “Maria e seus gloriosos títulos” se encontram detalhadas trezentas e vinte e duas invocações no mundo todo.

O historiador Augusto de Lima Júnior que escreveu a “História de Nossa Senhora em Minas Gerais” apresenta vinte e nove invocatórias à Mãe de Deus em diversos lugares mineiros. Nilza Megale tem um livro intitulado “Cento e sete invocações da Virgem Maria no Brasil”.

 Tratam-se de saudações, de homenagens, de preitos de gratidão que a Igreja tem aprovado por manifestarem eles veneração e louvor àquela que é a Medianeira de todas as graças. São formas de um carinho louvável dos filhos para com sua Mãe e Protetora. Incentivam a devoção para com ela. Há títulos que merecem especial atenção por se referirem aos privilégios com que Deus a cumulou ou às passagens de sua vida, como “Nossa Senhora da Conceição”, “ Nossa Senhora das Dores”. “Nossa Senhora da Natividade”, “Nossa Senhora da Assunção”.

 Lugares nos quais se deram aparições da Virgem Maria ou nos quais foram encontradas imagens objeto de peculiar dulia a ela, reconhecidas pela autoridade eclesiástica, são motivo de invocações muito caras aos fiéis: “Nossa Senhora de Lourdes”, “Nossa Senhora de Fátima”, “Nossa Senhora Aparecida”. As próprias preces marianas inspiraram denominações honoríficas: “Nossa Senhora do Rosário”, “Nossa Senhora do Terço”. Os favores por ela alcançados brilham nestas designações, entre tantas outras: “Nossa Senhora das Mercês”, “Nossa Senhora do Amparo”, “ Nossa Senhora da Saúde”. Ela é ainda saudada como “Nossa Senhora dos Anjos”. “Nossa Senhora Mãe dos Homens”, “Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos”. Na “Salve Rainha” se diz que somos “degredados filhos de Eva, gemendo e chorando neste vale de lágrimas, e daí: “Nossa Senhora das Angústias”, “Nossa Senhora dos Desamparados”, “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”. Fulgentes de luz são estas designações: “Nossa Senhora da Esperança”, “Nossa Senhora da Paz”, “Nossa Senhora da Consolação”. Os pescadores a invocam como “Nossa Senhora dos Mares”, os motoristas clamam sempre por “Nossa Senhora das Estradas”, sobretudo nos EUA, ou “Nossa Senhora da Prudência”, mormente na França. Há saudações poéticas como “Nossa Senhora das Maravilhas”, “Nossa Senhora da Fonte”, “Nossa Senhora das Flores”.

 Muitas regiões em todo seu território a homenageiam: “Nossa Senhora da China”, “Nossa Senhora da Hungria”, “Nossa Senhora da África”.

 Inúmeras outras referências poderiam ser feitas sobre os inúmeros títulos que Maria recebe mundo todo. O principal, porém, é que se tenha para com ela uma verdadeira devoção É o que ensina o Concílio Vaticano II mostrando que o louvor a ela “não consiste num estéril e transitório afeto, nem numa certa vã credulidade, mas que procede da fé verdadeira, pela qual somos levados a reconhecer a excelência da Mãe de Deus, excitados a um amor filial para com nossa Mãe e à imitação de suas virtudes" (LG. 67). São Bernardo assim se expressou: “De Maria nunquam satis” – nunca se louva demais à Mãe de Jesus. Façamo-la sempre conhecida e amada! * Professor no Seminário de Mariana - MG

Fonte: Catolicanet.com 

Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora da Cabeça
Nossa Senhora das Graças
Nossa Senhora Auxiliadora
Nossa Senhora do Carmo
Nossa Senhora da Guia
Nossa Senhora de Loudes

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

sábado, 21 de maio de 2011

Maria, Mãe das Vocações



      Maria é modelo de animação vocacional. Com ela aprendemos a realizar um serviço em prol das vocações e ministérios na escuta da Palavra e abertos à ação do Espírito Santo. Sua gestação não se reduz a dimensão física, mas é uma gravidez espiritual que assinala os novos filhos que geramos no seio da comunidade eclesial quando promovemos as vocações e ministérios suscitadas pelo Espírito.

A animação vocacional tem uma forte dimensão mariana que não se resume em apresentar a jovem Virgem de Nazaré como modelo de vocação, mas sobretudo porque ela nos inspira na realização desta missão. Maria é o melhor referencial para o serviço vocacional que desenvolvemos nas comunidades.

O serviço de animação vocacional é uma extensão da maternidade espiritual da Igreja. Quando atraímos, acolhemos, despertamos e acompanhamos os vocacionados, reafirmamos, que o batismo é fonte das vocações e enriquecemos a comunidade eclesial.

A jovem vocacionada de Nazaré é símbolo da humanidade chamada à comunhão com Deus, mediante a abertura ao Espírito que produz vida e ilumina o caminho dos vocacionados. Maria é imagem do serviço de animação vocacional que nos convoca a busca da santidade a qual se concretiza na plena adesão a proposta de Jesus Cristo. Ela nos precede na confiança ao Senhor e na entrega total da vida. Recordamos que a primeira missão da animação vocacional não é a promoção das vocações específicas, mas dar testemunho de santidade a qual todos somos chamados. A animação vocacional ajuda os vocacionados e os animadores vocacionais a reconhecerem a ação silenciosa do Pai, que mediante o Espírito Santo nos chama a uma vida de comunhão com Ele.

A figura de Maria, e também de José seu esposo, são modelos para os vocacionados e animadores vocacionais. Eles experimentaram cada etapa do itinerário vocacional. Foram despertados pelo anjo, tiveram seu momento de discernimento, cultivo e acompanhamento. Viveram com intensidade, à luz do Espírito, cada fase do processo vocacional. Ambos se colocaram como instrumentos nas mãos de Deus e nos ensinaram que a vocação é serviço e missão. Podemos afirmar que nosso serviço de animação vocacional tem algo que recorda o jeito de Maria. Ele ajuda os vocacionados a escutar e a responder com a mesma generosidade o chamado de Deus, a assumir uma vocação específica, cientes que a meta última é cumprir a vontade do Pai e chegar à santidade.

O testemunho de Maria e José ilumina os vocacionados e aponta para uma animação vocacional servidora e missionária. Com eles aprendemos o valor do silêncio, o significado da humildade, a disponibilidade da resposta, a coragem do êxodo, a capacidade de meditar os desígnios de Deus e a ousadia da fé que nos sustenta de pé diante da cruz e das contradições. Também destacamos a presença de Maria na comunidade dos discípulos. Deste modo, assinalamos a importância de uma animação vocacional inserida e integrada na comunidade, unida na mesma fé, partilhando as mesmas esperanças e vivendo em comunhão que se manifesta na sintonia com os demais grupos eclesiais.

O anjo Gabriel, na sua função de animador vocacional, nos confirma a importância do diálogo vocacional. Ele apresentou a proposta de Deus a Maria e esclareceu as inquietudes de José. Percebemos que a vocação jamais aparece na forma de um imperativo. É sempre iniciativa divina apresentada de maneira dialogada. Não há espaço para imposições, pressões ou condicionamentos. A vocação é uma proposta aberta e respeitosa, que pode acontecer no templo, como foi o caso de Zacarias, ou no aconchego da humilde casa da vocacionada de Nazaré. Trata-se de um diálogo espontâneo, sincero e honesto entre vocacionados e animadores vocacionais, que se amplia na abertura do serviço vocacional a comunidade eclesial nas suas diversas expressões.

Com Maria, também aprendemos que o chamado vocacional implica uma missão. Ela, mesmo grávida, fez sua primeira viagem missionária levando o Cristo até a casa de Zacarias e Isabel e nos ensinou que vocação é serviço e missão solidária. Maria assinala para uma animação vocacional atenta as necessidades das pessoas, servidora e missionária. Um serviço evangelizador e vocacional aberto a outras realidades sem descuidar de promover todas as vocações e ministérios.

O perfil de vocacionada, que descobrimos nos evangelhos é de uma mulher socialmente pobre, que deu à luz a seu filho numa manjedoura. Esta é a mesma situação social de muitos vocacionados latino-americanos. Porém, percebemos que Maria era uma vocacionada com muita fé e sensibilidade social. No Magnifica, vemos aflorar sua consciência crítica. Ela não canta apenas as maravilhas do Senhor, mas a reviravolta que Deus fez na história de Israel. Neste sentido, Maria aponta para uma animação vocacional com acentuada sensibilidade social e comprometida com os empobrecidos. Um serviço vocacional crítico, atento as necessidades da comunidade e da Igreja. Com Maria aprendemos a cantar a fé, a reconhecer as reviravoltas da história e a vibrar com as maravilhas de Deus a favor de seu povo. Na prática, isso significa que os animadores vocacionais não são pessoas que se preocupam apenas com a promoção das vocações e ministérios. Somos chamados a denunciar as injustiças e a promover a vida que também é vocação.

Na primeira cena mariana do quarto evangelho, vemos a Mãe de Jesus participando da festa das bodas de Caná com o seu Filho e os discípulos. Esta passagem aponta para uma animação vocacional “festeira”, que participa da vida da comunidade onde está inserida e atenta as necessidades dos vocacionados. Um serviço vocacional de olhos abertos à realidade dos vocacionados que tem sede do vinho novo oferecido por Jesus. Este “vinho bom” simboliza a espiritualidade entusiasta e corajosa dos animadores vocacionais que atraem, com seu testemunho de vida evangélica, novos vocacionados para a festa da vida.

A reflexão dos textos marianos do Novo Testamento nos ajuda a compor o “retrato vocacional” de Maria com seu rosto de “mulher” que gerou o Filho de Deus. Está “mulher” nos convida a realizar um serviço simples, profundo e eficaz na geração de novos vocacionados, discípulos e missionários do Senhor. Dela, recebemos Jesus que nos conduz ao Pai. Maria é Mãe do Senhor e nossa Mãe pela qual nos chega a graça da vocação e a obra misericordiosa da salvação. Ela é toda de Deus, mas é também de cada vocacionado. Maria trás Deus aos vocacionados e nos eleva até o autor da vocação. 

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Fonte: Texto não assinado
Paróquia Nossa Senhora das Graças
(GraçaHog online)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Curiosidades - São Pio de Pietrelcina


São Padre Pio diz:
"Não permita que as tentações o amedronte. Elas são as provas das almas que Deus quer por em teste quando vê que estão fortes o soficientes para sustentar a batalha, tecendo assim, com suas próprias mãos, a coroa da glória. Até então, sua vida, que tem sido de criança, o Senhor quer convida-lo a uma de adulto. E como as provas da vida adulta são maiores do que aquelas de criança você se encontra um pouco perdido no começo, mas a alma adiquirirá tudo com calma e a calma não impedirá seu progresso de vir. Seja paciente por algum tempo e tudo terminará bem!" (Carta III, p 630).

terça-feira, 17 de maio de 2011

Maria na Historia da Salvação

Estamos no mês de Maio onde a cada ano celebramos o dia das mães, mas, também lembramos aquela que é o grande exemplo de Mãe e de Mulher: Nossa Senhora. Maria ocupa um lugar especial na história da Salvação e por isso ela é digna de todo o respeito e veneração, pois, Deus quis utilizar-se de Maria a pobre de Nazaré para fazer com que seu Divino Filho chegasse até nós: “Quando chegou à plenitude dos tempos, mandou o seu Filho, nascido de mulher... para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4,4-5). Constantemente na história da salvação, Deus manifesta o seu amor de Pai junto a seu povo. O amor é revelado por meio de uma eleição: uma jovem é separada para que por meio dela o Filho de Deus pudesse assumir a humanidade decaída com o pecado. Assim como por meio de uma mulher (Eva), o pecado “entrou” no mundo, Deus separa uma mulher para que por meio dela chegue a Salvação: dá-se uma nova criação. Há um novo Adão e, do seu lado é tirada a mulher, a nova Eva; um novo povo é constituído.
Maria é a Mulher do sim. O sim dado ao Amor. A obediência dada por amor. A entrega dada no amor. Desta maneira, Maria tem uma grande importância na história da salvação e na vida de muitos cristãos e sua figura é tradicionalmente reconhecida na Igreja Católica. Certamente, a Virgem tem na Bíblia um lugar discreto. Ela aí é representada toda em função de Cristo e não por si mesma. Mas sua importância consiste na estreiteza de seus laços com Cristo. Maria está presente em todos os momentos de importância fundamental na história da salvação: não somente no princípio (Lc 1 – 2) e no fim (Jo 19,27) da vida de Cristo, mistérios da Encarnação e da morte redentora, mas na inauguração de seu ministério (Jo 2) e no nascimento da Igreja (At 1,14). Presença discreta, na maior parte das vezes, silenciosa, animada pelo ideal de uma fé pura, e de um amor pronto a compreender e a servir aos desejos de Deus e dos homens (Lc 1,38-39.46-56; Jo 2,3).
Esta presença revela seu sentido total, e com toda a Escritura se a recolocarmos nos grandes quadros e correntes da teologia bíblica onde eles se situam, Maria aparece no término da história do povo eleito como correspondente de Abraão: Ela se apossa, pela fé, da promessa que ele havia recebido na fé. Ela é o ponto culminante onde o povo eleito dá nascimento a seu Deus e se torna a Igreja. Se alagarmos a perspectiva da história de Israel à história cósmica, segundo as insinuações de João e de Lucas, se compreendermos que Cristo inaugura uma nova criação, Maria aparece no início da salvação, como restauração de Eva: Ela acolhe a promessa de vida onde a primeira mulher havia acolhido a palavra de morte e se torna perto da nova árvore da vida a mãe dos vivos.
No Evangelho de Mateus a pessoa de Maria aparece em dois momentos: nos relatos da infância (cf. Mt 1-2) e no ministério apostólico de Jesus ( cf.Mt 12,46-50; 13,54-58). O primeiro é composto por relatos próprios de Mateus; o segundo está em dependência de Marcos, mas Mateus toma diante dele tal liberdade que é capaz de transformar seu sentido e seu ensinamento. Portanto, o Evangelho de Mateus nos fala que Maria está intimamente ligada ao seu Filho Jesus Cristo, desde antes do nascimento e, uma vez nascido para o mundo, está unida a ele nos momentos fundamentais de sua vida e de seu ministério. Assim, Maria aparece, mesmo sem palavras, como testemunha da graça abundante de Deus para seu povo, mas também como mãe que cuida e acompanha o Filho de suas entranhas.
No Evangelho de Marcos a pessoa de Maria aparece em duas passagens: Mc 3,31-35 e Mc 6, 3-4. Nestes textos Maria é a mãe biológica de Jesus que busca entender o filho juntamente com seus familiares. A mulher maternalmente solícita pela sorte do filho. Mas, que também é convocada a ser discípula na busca de compreender Jesus e sua missão e acolher sua proposta.  Ela também podia estar entre os primeiros a nutrir preocupações ainda muito humanas pela missão e a obra de Jesus.
De todos os Evangelhos, Lucas é o que mais nos fala de Maria. Primeiramente nos relatos da infância, onde ela tem um papel mais ativo do que o que vimos em Mateus; em seguida, no marco da atividade apostólica de Jesus, com quatro textos, dois dos quais coincidem com as tradições de Marcos e de Mateus (cf. Lc 4,16-30 e 8,19-21) e outros dois que pertencem à tradição própria de Lucas (cf. Lc 3,23 e 11,27-28); por último, no começo dos Atos dos Apóstolos, quando se inicia a história da Igreja (cf. At 1,14).  Em Lucas percebemos a participação e a cooperação de Maria no plano da salvação, desde a anunciação até o início da Igreja: “todos estes unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com seus irmãos” (At 1,14).
A figura de Maria aparece no quarto Evangelho em duas ocasiões, no começo e no final do Evangelho. Em ambas, Maria é chamada “a Mãe de Jesus” (cf. Jo 2,1.3.5;19,26), e em ambas a palavra do Mestre vai dirigida a ela com o nome de “mulher” (cf. 2,3;19,26), mas nunca aparece o nome próprio de Maria. No Evangelho de João Maria é chamada por dois nomes: “Mãe de Jesus” e “Mulher”. Enquanto a expressão “Mãe de Jesus” é um título que contrasta com a outra afirmação, “filho de José”, o termo “mulher” é comum em Jesus para dirigir-se às mulheres (cf. Mt15, 28; Lc13, 12; Jo4, 21; 8,10; 20,13). Contudo aqui, dito à sua Mãe tem uma conotação especial: o termo “mulher” dirigido por Jesus é um termo joânico que aparece em duas ocasiões (em Caná e na cruz) e forma uma espécie de inclusão. A mulher está presente no começo e no fim da vida pública, no momento em que o Messias inicia suas obras e na hora da morte, quando consuma sua obra.
Vimos em alguns aspectos, sobretudo o bíblico e teológico, como Maria é de suma importância para a nossa fé e para nos inspirar a fazer a vontade de seu Filho: “fazei tudo o que ele vos disser” (Cf. Jo 2,5b). Diante disso o nosso Papa Bento XVI na V Conferência de Aparecida fez ver este papel de Maria tão importante no seio da Igreja: “Como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e na sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos santuários marianos. Por isso, como Virgem Maria, a Igreja é mãe” (Documento de Aparecida, n. 268).
Portanto, não podemos excluir Maria da nossa espiritualidade e da nossa vivência cristã, pois, onde Maria se torna ausente também Cristo se torna irreal e abstrato. Em qualquer lugar da cristandade onde apareça Maria, cada coisa abstrata, cada forma vazia, assim como cada obstáculo, desaparece e cada alma é imediatamente tocada pelo mundo celestial. Maria, a mais pura entre todas as criaturas imagináveis não realiza nenhuma mediação, qualquer que seja a Verdade Celeste, sem a cooperação dos sentidos e da carne. Assim, peçamos a Intercessão de Maria para que a cada dia possamos servir o seu Divino Filho e a sua Igreja.


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Artigo - Pe. Jair Cardodo

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Maio - Mês Mariano

Ao longo da História, foram poucas as mulheres que romperam com o preconceito e conseguiram participar efetivamente dos fatos e acontecimentos significativos de seu tempo, alcançando seus objetivos e ganhando o devido reconhecimento. Maria foi uma dessas mulheres, senão, a principal delas.
Ainda muito jovem, ficou noiva de José, um homem honesto e bem mais velho do que ela, que não tardaria em tomá-la como esposa. Vivendo em uma sociedade judaica que estava sob a dominação dos romanos, onde a mulher pouco ou quase nada valia, esta jovem percebe, em um momento de inconfundível beleza, a presença de Deus em sua vida. E Deus a convida para ser a mãe de seu Filho predileto, Jesus Cristo, que assumiu a condição humana e veio ao mundo para nos ensinar que o amor é o único caminho que, verdadeiramente, nos leva à felicidade.
Maria disse "sim" a Deus e levou este "sim" às últimas conseqüências. Por ação direta e exclusiva do Espírito Santo, ficou grávida antes de se casar e correu o risco de ser apedrejada, conforme mandava a lei daquela época. Suportou a desconfiança de seu esposo; suportou as dificuldades inerentes à pobreza; suportou a perseguição de homens poderosos e cruéis, como Herodes, que tentou matar Jesus ainda quando criança. Por fim, suportou a dor de ver seu Filho inocente ser condenado, cruelmente agredido e crucificado. Suportou tudo isso sem perder a fé, a confiança, a dignidade e a esperança em seu Deus. Suportou tudo por amor, já que o amor tudo suporta (1°Coríntios 13,7). Suportou tudo em silêncio. Silêncio que não significa covardia e omissão, mas que se traduz em serviço constante, em humildade, em entrega total e absoluta ao papel que lhe havia sido reservado por Deus na história da humanidade. Em silêncio Maria viveu sua opção por Cristo. E, agindo assim, deu exemplo de fé, de coragem, de conversão autêntica, de adesão absoluta ao plano de Deus para a salvação dos homens. Ao mesmo tempo iniciou uma luta pelo resgate da dignidade da mulher, perdida em meio aos abusos de uma sociedade patriarcal, preconceituosa e machista. Essa luta sobreviveu até hoje e se fortaleceu ao longo de inúmeras gerações. Muitas vitórias já foram conquistadas. Entretanto, muita coisa precisa melhorar.
Existem no mundo milhões de "Marias" que, a despeito de toda a evolução política, econômica, social e tecnológica, ainda não conseguiram um local digno para morar, assistência médica eficiente, emprego e salários compatíveis com suas necessidades, respeito profissional e igualdade de direitos e deveres em relação aos homens. A mulher segue sendo marginalizada, discriminada e explorada. Muitas ainda comercializam seus corpos e até mesmo seus filhos para conseguirem um mísero pedaço de pão.
Ao dizer a Deus "Faça-se em mim segundo a vossa palavra", Maria revolucionou a História. Em seu silêncio, disse mais do que ninguém que é preciso lutar constantemente pelo estabelecimento da justiça, da paz, da liberdade, da fraternidade e da igualdade em nosso mundo. Ao abrir seu coração a Cristo, ela rompeu com as barreira do egoísmo humano e nos ensinou que é preciso amar a todos, independente da raça, da cor da pele e do sexo.
Apesar de todo o sofrimento que vivenciou, Maria tornou-se uma mulher vitoriosa e feliz. Nós a chamamos de bendita e bendizemos também a seu Filho, Jesus, que num gesto de amor, fez com que ela se tornasse mãe de todos nós (João 19, 25-27).
Em maio, o desabrochar das flores manifesta com originalidade e beleza o milagre da vida. A tradição católica escolheu este período do ano para venerar com especial devoção a Maria, que, com simplicidade e fidelidade inimitáveis, vivenciou os ensinamentos de Cristo, caminho, verdade e vida. Rezemos com fé renovada a Ave Maria, oração que exprime com perfeição o mistério da serva bem-aventurada de Deus.

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Cardeal D. EUSÉBIO OSCAR SCHEID
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

sábado, 7 de maio de 2011

Santo Isidro

 Festejo de Santo Isidro



A comunidade Boa Nova esta celebrando até o dia 15 de maio os fetejos do Padroeiro Santo Isidro. As novenas são celebradas as 19hs. O encerramento com a Santa Missa no dia 15 as 09hs e as 17hs procissão com a imagem.









Isidro nasceu em Madri, na Espanha, em 1070, filho de pais camponeses, simples e seguidores de Cristo. O menino cresceu sereno, bondoso e muito caridoso, trabalhando com os familiares numa propriedade arrendada. Levantava muito cedo para assistir a Missa antes de seguir para o campo. Quando seus atos de fé começaram a se destacar, já era casado com Maria Toribia e pai de um filho.

Sua notoriedade começou quando foi acusado de ficar rezando pela manhã, na igreja, ao invés de trabalhar. De fato tinha o hábito de parar o trabalho uma vez ao dia para rezar, de joelhos, o terço. Mas isso não atrapalhava a produção, porque depois trabalhava com vontade e vigor, recuperando o tempo das preces. Sua bondade era tanta que o patrão nada lhe fez.


Não era só na oração que Isidoro se destacava. Era tão solidário que dividia com os mais pobres tudo o que ganhava com seu trabalho, ficando apenas com o mínimo necessário para alimentar os seus. Quando seu filho morreu, ainda criança, Isidoro e Maria não se revoltaram, ao contrário, passaram a se dedicar ainda mais aos necessitados.


Isidro Lavrador, morreu pobre e desconhecido, no dia 15 de maio de 1130, em Madri, sendo enterrado sem nenhuma distinção. A partir de então começou a devoção popular. Muitos milagres, atribuídos à sua intercessão, são narrados pela tradição do povo espanhol. Quarenta anos depois seu corpo foi trasladado para uma igreja.


Humilde e incansável foi esse homem do campo, que somente depois de sua morte, e com a devoção de todo o povo de sua cidade, as autoridades religiosas começaram a reconhecer o seu valor inestimável: a devoção à Deus e o cumprimento de Seus mandamentos, numa vida reta e justa, no seguimento de Jesus.


Foi o rei da Espanha, Filipe II, que formalizou o pedido de canonização do santo lavrador, ao qual ele próprio atribuía a intercessão para a cura de uma grave enfermidade. Em 1622 o Papa Gregório XV canonizou Santo Isidoro Lavrador, no mesmo dia que os Santos: Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa d'Ávila e Filipe Néri.


Hoje ele é comemorado como protetor dos trabalhadores do campo, dos desempregados e dos índios. Enfim, de todos aqueles que acabam sendo marginalizados pela sociedade em nome do progresso. Santo Isidoro Lavrador é o padroeiro de Madri.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Devoção ao Sagrado Coração de Maria




 
Os Pastorinhos viram que Nossa Senhora tinha sobre a palma da mão direita um Coração cercado de espinhos que penetravam nele, fazendo-o sangrar horrivelmente. Era o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, a pedir reparação...










O Imaculado Coração de Maria
A devoção ao Coração Imaculado de Maria germinou na era patrística e desenvolveu-se na Idade Média e nos tempos modernos, por obra de São Bernardo, de Santa Gertrudes, de Santa Brígida, de São Bernardino de Sena e São João Eudes. Este último foi o maior apóstolo do culto ao Coração de Maria, e em 1648 conseguiu obter a festa do Bispo de Autun (França). A Santa Sé mostrou-se-lhe favorável ao início do século XIX, até que, em 1805 Pio VII concedeu a celebração da festa às Dioceses e às Congregações religiosas que lhe faziam pedido. Mais tarde (1855), Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios. Durante a última grande guerra (8 de dezembro de 1942), Pio XII fez a consagração da Igreja e de todo o gênero humano ao Coração Imaculado de Maria e, três anos após (1945), estendia a festa à Igreja universal.
O objeto primário da festa do Coração Imaculado de Maria é a sua mesma pessoa. O objeto secundário é o Coração simbólico, isto é, o coração físico da Virgem enquanto é símbolo de seu amor e de toda sua vida íntima. O Coração Imaculado de Maria é a expressão de todos os seus sentimentos, afetos, e, sobretudo, de sua ardentíssima caridade para com Deus, para com seu Filho e para com todos os homens, que lhe foram confiados solenemente por Jesus agonizante. 
A salvação de toda humanidade só é possível, porque Maria disse seu sim a Deus. Uma vez que Deus decidiu que o Salvador viesse por meio de Maria, também por meio dela, devemos nós sermos salvos. Salvos por intermédio de Maria e não salvos por ela, pois os católicos crêem que só Jesus é o Salvador e Maria Sua Mãe Santíssima é, a co-redentora com seu Filho Jesus. Ela colabora com Ele no plano de salvação.

A Festa
A Festa sugere o louvor e ação de graças ao Senhor por nos haver dado uma Mãe tão poderosa e misericordiosa, à qual nos podemos dirigir confiantemente em qualquer necessidade. Inspira também que conduzamos uma vida segundo o coração de Deus e que peçamos à Virgem Santa a chama de uma ardente caridade.