sábado, 24 de novembro de 2012

Solenidade de Jesus Cristo Senhor e Rei do Universo



O último domingo do ano litúrgico é a festa de Cristo, Rei do Universo. Cristo reina. Interrogado por Pôncio Pilatos, Jesus diz que seu reinado não é deste mundo (evangelho). Não deve seu reinado a nenhuma instância deste mundo. Ele não é como os reis locais, no Oriente, que eram nomeados pelo Imperador de Roma; nem como o Imperador, cujo poder dependia de seus generais, os quais por sua vez dependiam do poder de... quem? de uma estrutura que se chama “este mundo”. Como hoje. Os governantes deste mundo – estabelecidos por “este mundo” – dependem de toda uma constelação de poderes, influências e trâmites escusos. Devem pactuar, conchavar, corromper. E, no fim, caem de podres. Pensam que são donos do mundo enquanto, na realidade, o mundo é dono deles.
O que são os reinos deste mundo aparece bem na 1ª leitura: quatro feras que tomam conta do mundo e se digladiam entre si. Mas então aparece uma figura com rosto humano, um “como que filho do homem”, que desce do céu, de junto de Deus, e que representa o reinado de Deus que domina as quatro feras, os reinos deste mundo. Jesus na sua pregação se autointitula “filho do homem” no sentido de ser aquele que traz esse reinado de Deus ao mundo.
O reinar de Jesus não pertence a este mundo, nem lhe é concedido por este mundo. É reinado de Deus, Deus é seu dono. Mas, embora não sendo deste mundo, este reino não está fora do mundo. Está bem dentro do mundo, mas não depende deste por uma relação de pertença, nem procura impor-se ao mundo por aqueles laços que o prenderiam: força bruta, astúcia, diplomacia, mentira... Jesus ganha o mundo para Deus pela palavra da verdade.
“Para isto eu nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). Jesus é a palavra da verdade em pessoa. Nele a verdade é levada à fala. E que verdade? A verdade lógica, científica? Não. Na Bíblia, verdade significa firmeza, confiabilidade, fidelidade. Jesus é a palavra “cheia de graça e verdade” (Jo 1,14), a palavra em que o amor leal e fiel de Deus vem à tona e se dirige a nós: amor e fidelidade em palavras e atos. É Deus se manifestando. Essa “verdade”, Jesus a revela dando sua vida até o fim. Esse é o sentido desta declaração, feita três horas antes de sua morte, ao ser interrogado por Pôncio Pilatos, que não entende...
Jesus é o reino de Deus em pessoa. Não reino de opressão, mas reino de amor fiel, reino de rosto humano – o amor humano de Deus por nós, manifestado no dom da vida de Jesus, que reina desde a cruz. A opressão exercida pelos reinos deste mundo, Jesus a venceu definitivamente pela veracidade do amor fiel de Deus. Ora, quem faz existir o amor fiel de Deus no mundo de hoje somos nós. Por isso Jesus nos convida: “Quem é da verdade escuta a minha voz”.

O Roteiro Homilético é elaborado pelo Pe. Johan Konings SJ – Teólogo, doutor em exegese bíblica, Professor da FAJE. Autor do livro "Liturgia Dominical", Vozes, Petrópolis, 2003. Entre outras obras, coordenou a tradução da "Bíblia Ecumênica" – TEB e a tradução da "Bíblia Sagrada" – CNBB. Konings é Colunista do Dom Total. A produção do Roteiro Homilético é de responsabilidade direta do Pe. Jaldemir Vitório SJ, Reitor e Professor da FAJE.)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DIOCESE DE CAMPO MAIOR REALIZA SUA XXXVI ASSEMBLEIA DIOCESANA DE PASTORAL



Teve inicio nesta quarta-feira, 14 de novembro, a XXXVI Assembleia Diocesana de Pastoral da Diocese de Campo Maior, com o tema “Cinco Urgências Conforme as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil 2011-2015”, a assembleia teve a assessoria da coordenação diocesana de pastoral e do bispo diocesano Dom Eduardo Zielski.
Reunidos no Centro Diocesano de Pastoral, em Campo Maior, estavam presentes todos os padres, religiosas, seminaristas, coordenadores diocesano das pastorais, movimentos e associações religiosas, e leigos representantes das paróquias, onde neste ano os convidados foram os que acompanham os trabalhos das pastorais sociais de maneira especial a Cáritas. Esta assembleia teve como intuito definir o plano pastoral que norteará as ações da Diocese para o próximo ano de 2013.
A Assembleia Diocesana de Pastoral teve seu encerramento no sábado, dia 17 de novembro.

 




terça-feira, 13 de novembro de 2012

A RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO DE JESUS CRISTO AO CÉU

No Domingo de Páscoa o Senhor ressuscitou como tinha predito, aparecendo a Maria Madalena, aos Apóstolos e discípulos. Ainda que a Sagrada Escritura não o diga, porque resulta evidente, devemos supor que apareceu em primeiro lugar a sua Mãe Santíssima.
A Ressurreição de Jesus Cristo é a festa das festas, o centro ou ponto de referência de todas as celebrações. É a Páscoa do Senhor, a passagem do Senhor, o triunfo definitivo de Deus entre os homens. Depois de passar quarenta dias com seus discípulos, o Senhor subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. A Igreja celebra este acontecimento na festa da Ascensão do Senhor.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. A Páscoa é a festa mais importante do ano
A festa da Páscoa comemora o triunfo de Jesus Cristo ressuscitado. A Igreja a celebra com tanta solenidade, porque é o ponto alto da realização de nossa Redenção, a confirmação da nossa fé. Efetivamente, Jesus Cristo -com sua morte- nos livrou do pecado e nos reconciliou com Deus, e por sua ressurreição nos abriu as portas do céu. A ressurreição de Jesus é o fundamento da religião cristã, porque é o argumento principal da divindade de Cristo e da verdade de nossa fé.
2. A ressurreição de Cristo é um fato histórico
A ressurreição de Cristo consiste em que sua alma voltou a se unir ao mesmo corpo, saindo vivo e vitorioso do sepulcro, para nunca mais morrer. Ainda que o acontecimento em si não tenha sido presenciado pelos homens, este milagre é um fato histórico que muitas testemunhas puderam comprovar porque, o que antes tinha morrido, aos três dias apareceu- lhes vivo e com seu mesmo corpo, agora glorificado. Por sua vez, a ressurreição de Cristo transcende a história porque este milagre -não presenciado por homens- é objeto de nossa fé, atestado pelos anjos, por Cristo e pela Escritura, sendo a confirmação da divindade de Jesus e da verdade de sua doutrina; além disso, sua força salvífica abarca todos os homens e toda a história.
3. Jesus Cristo subiu ao céu e está sentado à direita do Pai
Esta afirmação de nossa fé significa que Jesus Cristo, transcorrido o tempo de sua vida na terra, ascendeu vivo e glorioso ao céu, onde -enquanto homem- compartilha o poder e a glória com o Pai e o Espírito Santo.
4. A Páscoa é o triunfo de Cristo
Durante a Semana Santa contemplamos grandes mistérios de amor e de dor: a quinta-feira santa está centrada no Mandamento novo de amor, na instituição da Eucaristia e do sacerdócio; a sexta-feira santa é a celebração da paixão e morte; o sábado santo é o dia da expectativa, cheia de recolhimento e esperança. Nesta impaciente espera, a Igreja celebra a ressurreição durante a noite do sábado ao domingo: a Vigília Pascal. É a "noite sacratíssima", na qual se acende o círio pascal, que simboliza a luz de Cristo; as leituras bíblicas rememoram as grandes intervenções de Deus com o homem, desde a criação até a redenção; renovam-se as promessas do batismo. O aleluia repetido três vezes, o som dos sinos e os acordes do órgão, as luzes, as flores, tudo irrompe como a vida nova de Cristo ressuscitado.
5. Jesus Cristo vive e é o fundamento da vida cristã
O círio pascal recorda que a luz do mundo é Cristo, que morreu mas ressuscitou, e vive e permanece conosco na Igreja e na Sagrada Eucaristia. Assim como Cristo, que começou com sua ressurreição uma vida nova, imortal e gloriosa, assim também nós devemos ressuscitar espiritualmente, renunciando para sempre ao pecado e amando só a Deus e ao que nos leva a Ele. A diferença fundamental que distingue A Jesus Cristo dos fundadores de outras religiões é que ninguém se proclamou Deus, Salvador do mundo e centro de todos os corações, como Ele o fez, apelando a seus milagres, sobretudo à ressurreição, como garantia de suas palavras e doutrina.
6. Cada domingo celebramos a ressurreição de Jesus Cristo
Jesus Cristo morreu na cruz na sexta-feira santa e ressuscitou no domingo da Páscoa da Ressurreição. Por isto chamamos de domingo o dia do Senhor: porque neste dia, o Senhor ressuscitou. Mas é tão grande o milagre da ressurreição que não só celebramos este dia, mas todos os domingos do ano. Cada domingo nós cristãos vamos à Missa para celebrar a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
7. Propósitos de vida cristã
  • Fazer muitas vezes ao dia, atos de fé na ressurreição de Cristo e de sua presença entre nós, especialmente na Sagrada Eucaristia.
  • Viver o domingo como a celebração da ressurreição de Jesus Cristo.

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela
Fonte
: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España
Tradução
: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A PAIXÃO E MORTE DE JESUS

Entre os grandes mistérios do amor de Jesus Cristo que os Evangelhos narram, o que mais fortemente aparece é a sua Paixão, sua Morte e Ressurreição. Os evangelistas vão nos contando a traição de Judas, o julgamento iníquo ante os tribunais, a flagelação e coroação de espinhos e a sentença de morte. Com a cruz às costas, vai Jesus a caminho do Calvário, onde é despojado de suas vestes, cravado na cruz e colocado entre ladrões. Depois de três horas de grandes dores e agonia, Cristo morre. Descido da cruz e entregue a sua Mãe, puseram Jesus no sepulcro.
Por que morreu Jesus Cristo? Para nos salvar, quer dizer, para obter o perdão de nossos pecados e nos devolver a graça e a amizade com Deus, manifestando seu amor e mostrando a malícia do pecado.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Jesus Cristo é o Salvador
Depois do pecado dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, o homem necessitava ser redimido. Deus, em seu infinito amor para com a humanidade, nos enviou seu Filho para que nos salvasse de nossos pecados. Jesus Cristo é o Filho de Deus feito homem, que nos salvou. Ele e somente Ele é o Salvador, o Redentor da humanidade.
2. Jesus Cristo oferece um sacrifício de valor infinito
Na Sagrada Escritura há uma cena comovedora: Deus pede a Abraão que sacrifique a seu único filho. Abraão obedece heroicamente e toma Isaac com um pouco de lenha, subindo a um monte para sacrifica-lo. Mas, uma vez provada a fé de Abraão, Deus não consentiu em que fosse Isaac sacrificado (Gênesis, 22,1-13).
O sacrifício de Isaac é figura da Paixão de Cristo, com a diferença de que Deus não poupou a seu próprio Filho e o entregou à morte por nós. Jesus aceitou a vontade do Pai por caridade e obediência. E como era o Filho de Deus, qualquer coisa que fizesse podia salvar-nos, porque tudo o que fazia era de valor infinito. Se quis sofrer tanto, foi para demonstrar-nos o quanto nos ama e fazer- nos compreender a gravidade do pecado.
3. O sacerdote Jesus Cristo oferece-se a si mesmo
No Antigo Testamento, os sacerdotes eram os encarregados de oferecer os sacrifícios a Deus; estes sacrifícios eram oferecidos por todo o povo: umas vezes, frutos da terra (trigo, vinho, etc..), e outras, animais. Jesus Cristo, sacerdote eterno, não ofereceu coisas da terra ou animais, mas ofereceu-se a si mesmo. Este é o sacrifício mais perfeito de todos os que foram oferecidos sobre a face da terra, porque é o sacrifício do Filho de Deus feito homem. Jesus Cristo é, por sua vez, o Sacerdote que se ofereceu a si mesmo na cruz e a Vítima deste mesmo sacrifício.
4. Para que Jesus se ofereceu na cruz?
Jesus Cristo se ofereceu na cruz principalmente por quatro motivos:
  • Para dar glória a Deus, seu Pai. O fim do homem nesta terra é dar glória a Deus. Jesus Cristo, representando toda a humanidade, glorificou infinitamente a Deus com sua paixão e morte.
  • Para dar graças. Com sua paixão e morte, Jesus Cristo deu graças a Deus em nome de toda a humanidade.
  • Para reparar a ofensa do pecado. Ao pecar, o homem se fez escravo do pecado e com suas próprias forças não poderia jamais se libertar desta escravidão; tinha a alma manchada e não poderia limpa-la. Com seu sacrifício, Jesus Cristo rompeu as cadeias do pecado: seu sangue limpou a mancha que os pecados produzem na alma. Jesus Cristo entregou sua vida por nós para que nós, morrendo ao pecado, pudéssemos viver a vida da graça.
  • Para pedir a Deus o que necessitamos. Jesus Cristo, oferecendo o sacrifício de sua vida, faz que Deus Pai escute sempre o que lhe pedimos em seu nome. Por isto, quando Cristo nos ensinou como temos que pedir, nos disse: "Tudo o que pedis a Deus em meu nome, vos será concedido.... Pedi e recebereis" (João 16,23-24).
5. A cruz na vida do cristão
O Evangelho nos ensina que o discípulo de Cristo tem que levar a cruz: "O que não toma sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14,27). Jesus carregou a cruz às costas também para dar-nos exemplo e ensinar-nos a amar o sacrifício. Temos de amar as coisas que nos custam, oferecendo- as a Jesus, e buscar além disto estas coisas que nos custam, desejando identificar-nos com Ele. A cruz está presente não só nas igrejas, mas em muitos outros lugares; é o símbolo dos cristãos, que recorda a paixão e morte do Senhor.
6. Propósitos de vida cristã
  • Ao ver uma cruz ou um Crucifixo, agradecer a Jesus que morreu para nos salvar.
  • Meditar com freqüência as 14 estações da Via Sacra.
Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela
Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España
Tradução: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller