terça-feira, 27 de dezembro de 2011

27 de dezembro - São João, o discipulo amado


É muito difícil imaginar que esse autor do quarto evangelho e do Apocalípse tenha sido considerado inculto e não douto. Mas foi dessa forma que o sinédrio classificou João, o apóstolo e evangelista, conhecido como "o discípulo que Jesus amava". Ele foi o único apóstolo que esteve com Jesus até a sua morte na cruz.

João era um dos mais jovens apóstolos de Cristo, irmão do discípulo Tiago Maior, ambos filhos de Zebedeu, rico pescador da Betsaida, e de Salomé, uma das mulheres que colaboravam com os discípulos de Jesus. Assim como seu pai, João era pescador, e teve como mestre João Batista, o qual, depois, o enviou a Jesus. João, Tiago Maior, Pedro e André foram os quatro discípulos que mais participaram do cotidiano de Jesus.

Costuma ser definido, entre os apóstolos, como homem de elevação espiritual, mais propenso à contemplação do que à ação. Apesar desse temperamento, foi incumbido por Jesus com o maior número de encargos, estando presente em quase todos os momentos e eventos narrados na Bíblia. Estava presente, por exemplo, quando ressuscitou a filha de Jairo, na Transfiguração de Jesus e na sua aflição no Getsêmani. Também na última ceia, durante o processo e, como vimos, foi o único na hora final. Na cruz, Jesus, vendo-o ao lado da Virgem, lhe confiou a tarefa de cuidar da Mãe, Maria.

Os detalhes que se conhece revelam que, após o Pentecostes, João ficou pregando em Jerusalém. Participou do Concílio de Jerusalém, depois, com Pedro, se transferiu para a Samaria. Mas logo foi viver em Éfeso, na companhia de Nossa Senhora. Dessa cidade, organizou e orientou muitas igrejas da Ásia. Durante o governo do imperador Domiciano, foi preso e exilado na ilha de Patmos, na Grécia, onde escreveu o quarto evangelho, o Apocalipse e as epístolas aos cristãos.

Diz a tradição que, antes de o imperador Domiciano exilar João, ele teria sido jogado dentro de um caldeirão de óleo fervente. Mas saiu ileso, vivo, sem nenhuma queimadura. João morreu, após muito sofrimento por todas as perseguições que sofreu durante sua vida, por pregar a Palavra de Deus, e foi sepultado em Éfeso. Tinha noventa anos de idade.

O evangelho de João fala dos mistérios de Jesus, mostrando os discursos do Mestre com uma visão mais aguçada, mais profunda. Enquanto os outros três descrevem Jesus em ação, João nos revela Jesus em comunhão e meditação, ou seja, em toda a sua espiritualidade. Os primeiros escritos de João foram encontrados em fragmentos de papiros no Egito, por isso alguns estudiosos acreditam que ele tenha visitado essas regiões.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

26 de dezembro - Santo Estêvão

Na história do catolicismo, muitos foram os que pereceram, e ainda perecem, pagando com a própria vida a escolha de abraçar a fé cristã. Essa perseguição mortal, que durou séculos, teve início logo após a Ressurreição de Jesus. O primeiro que derramou seu sangue por causa da fé cristã foi Estêvão, considerado por isso o protomártir.

Vividos os eventos da Paixão e Ressurreição, os Doze apóstolos passaram a pregar o evangelho de Cristo para os hebreus. A inimizade, que estava apenas abrandada, reavivou, dando início às perseguições mortais aos seguidores do Messias. Mas com extrema dificuldade eles fundaram a primeira comunidade cristã, que conseguiu estabelecer-se como um exemplo vivo da mensagem de Jesus, o amor ao próximo.

Assim, dentro da comunidade, tudo era de todos, tudo era repartido com todos, todos tinham os mesmos direitos e deveres. Conforme a comunidade se expandia, aumentavam também as necessidades, de alimentação e de assistência. Assim, os apóstolos escolheram sete para formarem como "ministros da caridade", chamados diáconos. Eram eles que administravam os bens comuns, recolhiam e distribuíam os alimentos para todos da comunidade. Um dos sete era Estêvão, escolhido porque era "cheio de fé e do Espírito Santo".

Porém, segundo os registros, Estêvão não se limitava ao trabalho social de que fora incumbido. Não perdia a chance de divulgar e pregar a palavra de Cristo, e o fazia com tanto fervor e zelo que chamou a atenção dos judeus. Pego de surpresa, foi preso e conduzido diante do sinédrio, onde falsos testemunhos, calúnias e mentiras foram a base de sustentação para a acusação. As testemunhas informaram que Estêvão dizia que Jesus de Nazaré prometera destruir o templo sagrado e que também queria modificar as leis de Deus transmitidas a Moisés.

Num discurso iluminado, Estêvão repassou toda a história hebraica, de Abraão até Salomão, e provou que não blasfemara contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem contra o templo. Teria convencido e sairia livre. Mas não, seguiu avante com seu discurso e começou a pregar a palavra de Jesus. Os acusadores, irados, o levaram, aos gritos, para fora da cidade e o apedrejaram até a morte.

Antes de tombar morto, Estêvão repetiu as palavras de Jesus no Calvário, pedindo a Deus perdão para seus agressores. Fazia parte desse grupo de judeus um homem que mais tarde se soube ser o apóstolo Paulo, que, na época, ainda não estava convertido. O testemunho de santo Estevão não gera dúvidas, porque sua documentação é histórica, encontra-se num livro canônico, Atos dos Apóstolos, fazendo parte das Sagradas Escrituras.

Por tudo isso, quando suas relíquias foram encontradas em 415, causaram forte comoção nos fiéis, dando início a um fervoroso culto de toda a cristandade. A festa de santo Estevão é celebrada sempre no dia seguinte ao da festa do Natal de Jesus, justamente para marcar a sua importância de primeiro mártir de Cristo e um dos sete escolhidos dos apóstolos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Crônica - Presente de Natal

José é o nome dele. Menino como tantos outros. Pés descalços, atônito, nunca vira a cidade tão apinhada. É o empurra-empurra das compras de Natal. Mal consegue caminhar. Nas vitrinas, nas ruas, nas lojas, papai Noel, obeso, roupa e gorro vermelhos, botas e cinto pretos, barbas brancas, às vezes, com um sininho à mão, mas sempre prometendo brinquedos e presentes às crianças, tirando com elas muitas fotos.
 
Lembra-se, em criança, de papai Noel, chegando de caminhão. Sim, num enorme caminhão, perto de casa, onde dezenas ou centenas de meninos e meninas recebiam brinquedos e os pais uma cesta básica.
 
É Natal, tempo de alegria. Tempo de generosidade. Tempo de bondade. Tempo de caridade. Caridade, não, a professora Lia detesta essa palavra. Nas aulas, ensina que caridade é sujeição, subordinação, e todos somos sujeitos de direito. Temos direito às coisas e não necessitamos de esmolas. José, no entanto, caminha, sem direito a comprar presentes, um presentinho sequer. Seu coração é tão grande: daria pra dar um presentinho pra cada criança pobre, pra cada idoso. Gostaria de ajudar as pessoas, mas é tão pobre...ajudar seu pai, desempregado, sua irmãzinha... Mas agora, aos doze anos, não iria pedir, como tantas vezes pediu, em vão, tantas coisas a papai Noel. –Pedir a papai Noel, nunca!-- Dizia doutor Alcides, advogado e amigo de seu pai. Será que tudo isso que via é aquilo que doutor Alcides tanto criticava: a terrível sociedade de consumo? --É a sociedade do ter, afirmava em tom condenatório. Todos gastando o salário, o décimo terceiro e talvez comprometendo salários futuros. No olhar, não há generosidade, mas incontrolável ânsia de comprar, para si, para outrem, vontade quase mecânica, uma obrigação social.
 
José foge daquela multidão. Entra numa rua, fica espremido entre camelôs, oferecendo aos gritos suas mercadorias e transeuntes, pechinchando e aproveitando as ofertas.
 
Pensa no Natal, nas festas que nunca teve...
 
Para diante de um bar, moços de gravatas, paletós vestindo cadeiras, gargalhadas, muita cerveja...

 
Anda alguns metros mais, é a igreja. Aí, muita vez orara com sua mãe. Relutante, entra: vazia...silenciosa...um presépio...um lindo presépio...é o Deus-Menino, ouve sua mãe, como se estivesse a seu lado. Ela o fazia ajoelhar sempre diante daquele menino de braços abertos, acolhedores. Vê a estrela guia, iluminando a gruta.  Lembra-se da professora Lia, explicando que natal é nascimento e que seu colega de sala tinha nome redundante, Natal Natalino do Nascimento. Então, natal é o nascimento do menino Jesus, do Menino-Deus. Deseja que sua mãe, tão distante, há tanto tempo, estivesse ao lado daquele que ela tanto amara...é o nosso Salvador, nasceu em Belém, numa gruta...lá, a Virgem Maria, a estrela guia, que nos leva sempre ao Deus-Menino, ensinava ela em tom maternal e carinhoso. É o nascimento, o natal do menino Jesus. É o natal de Cristo. E, de repente, naquele silêncio, uma indizível paz, uma alegria infinda...ajoelha-se...compreende que Ele, o menino Jesus, é o seu verdadeiro presente de Natal!  

_______________________________________________________ Para citar este texto:
Cícero Harada - "Presente de Natal"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=cronicas&artigo=presente_natal&lang=bra
Online, 19/12/2011 às 16:06h

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

PRESENTES DE NATAL


Dar e receber presentes é algo muito tradicional e comum na celebração do natalício de Jesus. “Natal sem presentes, não seria Natal”, diriam muitas pessoas. Dar e receber presentes já é parte natural, e até necessária, nessa festa.
Por que se dá presentes no Natal?
Os presentes têm um simbolismo muito lindo e significativo. Os presentes de Natal simbolizam, em primeiro lugar, o “grande presente” que Deus Pai nos deu: seu Filho, Jesus Cristo, nosso Salvador. Que maior presente poderíamos receber? E nós o recebemos exatamente no dia do Natal! Por isso, o Natal tomou-se o dia de presentear, porque todos nós fomos muito presenteados, com o maior presente que alguém poderia receber: Jesus vivo.
Os presentes significam, em segundo lugar, a comu-nicação da grande alegria de termos sido presenteados com o grande presente da nossa salvação eterna, trazida por Jesus. Exatamente por sentirmo-nos salvos, e por sabermos que os nossos familiares e amigos podem salvar-se por meio de Jesus é que sentimos tanta alegria. E nós partilha-mos essa alegria natalina presenteando e recebendo pre-sentes.
De modo especial, damos presentes às crianças, no Natal, para manifestar a alegria da vinda de Jesus, que nas-ceu como criança.
No Natal deveríamos retribuir a Deus Pai, que nos mandou tão grande presente, oferecendo-lhe o nosso pre-sente natalino. O melhor presente que podemos oferecer-lhe, como retribuição, é a aceitação de Jesus, e a decisão de segui-lo. Não aceitar Jesus, seria como "não aceitar" o pre-sente oferecido, seria como "devolver" o presente mandado por Deus Pai.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

14 de dezembro - São João da Cruz


Seu nome de batismo era Juan de Yepes. Nasceu em Fontivaros, na província de Ávila, Espanha, em 1542, talvez em 24 de junho. Ainda na infância, ficou órfão de pai, Gonzalo de Yepes, descendente de uma família rica e tradicional de Toledo. Mas, devido ao casamento, foi deserdado da herança. A jovem, Catarina Alvarez, sua mãe, era de família humilde, considerada de classe "inferior". Assim, com a morte do marido, que a obrigou a trabalhar, mudou-se para Medina, com os filhos.

Naquela cidade, João tentou várias profissões. Foi ajudante num hospital, enquanto estudava gramática à noite num colégio jesuíta. Então, sua espiritualidade aflorou, levando-o a entrar na Ordem Carmelita, aos vinte e um anos. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de completar seus estudos de filosofia e teologia. Mesmo dedicando-se totalmente aos estudos, encontrava tempo para visitar doentes em hospitais ou em suas casas, prestando serviço como enfermeiro.

Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos, mudando o nome. Na época, pensou em procurar uma Ordem mais austera e rígida, por achar a Ordem Carmelita muito branda. Foi então que a futura santa Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com autorização para promover, na Espanha, a fundação de conventos reformados, ela também tinha carta branca dos superiores gerais para fazer o mesmo com conventos masculinos. Tamanho era seu entusiasmo que atraiu o sacerdote João da Cruz para esse trabalho. Ao invés de sair da Ordem, ele passou a trabalhar em sua reforma, recuperando os princípios e a disciplina.

João da Cruz encarregou-se de formar os noviços, assumindo o cargo de reitor de uma casa de formação e estudos, reformando, assim, vários conventos. Reformar uma Ordem, porém, é muito mais difícil que fundá-la, e João enfrentou dificuldades e sofrimentos incríveis, para muitos, insuportáveis. Chegou a ser preso por nove meses num convento que se opunha à reforma. Os escritos sobre sua vida dão conta de que abraçou a cruz dos sofrimentos e contrariedades com prazer, o que é só compreensível aos santos. Aliás, esse foi o aspecto da personalidade de João da Cruz que mais se evidenciou no fim de sua vida.

Conta-se que ele pedia, insistentemente, três coisas a Deus. Primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo, não deixá-lo sair desse mundo como superior de uma Ordem ou comunidade. Terceiro, e mais surpreendente, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos seres humanos. Para ele, fazia parte de sua religiosidade mística enfrentar os sofrimentos da Paixão de Jesus, pois lhe proporcionava êxtases e visões. Seu misticismo era a inspiração para seus escritos, que foram muitos e o colocam ao lado de santa Tereza de Ávila, outra grande mística do seu tempo. Assim, foi atendido nos três pedidos.

Pouco antes de sua morte, João da Cruz teve graves dissabores por causa das incompreensões e calúnias. Foi exonerado de todos os cargos da comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono. Faleceu após uma penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas quarenta e nove anos de idade, no Convento de Ubeda, Espanha.

Deixou como legado sua volumosa obra escrita, de importante valor humanístico e teológico. E sua relevante e incansável participação como reformador da Ordem Carmelita Descalça. Foi canonizado em 1726 e teve sua festa marcada para o dia de sua morte. São João da Cruz foi proclamado doutor da Igreja em 1926, pelo papa Pio XI. Mais tarde, em 1952, foi declarado o padroeiro dos poetas espanhóis.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Deixe Jesus nascer em seu coração


A economia da salvação se revela no Deus que cria o homem sua imagem e semelhança Mesmo mediante ao pecado da morte. Deus não deixa de se revelar a nós. Os profetas já haviam anunciado a encarnação de Deus, para a salvação, remissão dos pecados, o fruto do pecado é a morte, e Jesus venceu a morte, precisamos nos convencer disso.
A verdade pode tudo transformar. Desculpe mas devemos criar vergonha na cara, o que estava designado a nós era a morte, mas não há trevas que resista a Luz, e a Luz é o Senhor.
Jesus por obediência, se esvaziou e encarnou no meio de nós.
Vamos assumir o que nos foi dado. No natal, a liturgia, o Evangelho de São Lucas, que anunciou o nascimento de Jesus, fala do anjo que anuncia aos pastores o Nascimento de Jesus, Pastores na época de Jesus era um tipo de pessoas que eram excluídas, um tipo de pessoas que não se confiava, assim como cobrador de impostos. Os pastores não eram bem vistos pelos Judeus.
Mas até no seu nascimento Jesus mostra que veio para os pobres, excluídos.
Temos que tomar a dignidade de filhos de Deus deixar Jesus nascer em nossos corações, e muito mais felizes seremos se colocarmos na vivencia a palavra de Deus,
É tempo de fazer projetos de vida, pois quem não tem projetos, não sabe para onde quer ir, e acaba se perdendo.
Precisamos construir a meta de conversão Precisamos nos converter e crer que Jesus é o único da nossa vida, deixar Ele nascer em seu coração.

Padre Marcos Pacheco